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Flexibilidade Cognitiva: A importância de uma mente preparada para aprender

Flexibilidade Cognitiva: A importância de uma mente preparada para aprender

As constantes mudanças que já vinham ocorrendo no mundo moderno, fizeram esta habilidade ser listada pelo Fórum Econômico Mundial em 2016.
A previsão que eles fizeram, levava em consideração que chegaríamos em 2020 vivendo em um cenário volátil, incerto, complexo e ambíguo, também conhecido como VUCA, o que nos exigiria mais flexibilidade e adaptabilidade.
A flexibilidade cognitiva pode ser definida como a capacidade de desenvolver ou usar diferentes conjuntos de regras para combinar as coisas de diferentes maneiras. É a capacidade de criar novas conexões para utilizá-las em momentos diferentes.
Em ambiente de mudanças constantes, a flexibilidade tornou uma capacidade quase obrigatória.


Com a pandemia do Covid-19 de 2020, as mudanças tornaram-se mais constantes e muito mais rápidas. Tivemos que adaptar as formas como fazemos praticamente tudo na nossa vida. Mudamos a forma de trabalhar, estudar, comprar, divertir, socializar, conhecer lugares, praticar atividades físicas, enfim, vimos o mundo todo criando novas opções e caminhos durante a pandemia.
Se adaptar é uma das formas mais claras de manifestação da flexibilidade cognitiva. A adaptabilidade sempre foi uma habilidade importante para o mercado de trabalho. Um grande diferencial. Porém, durante muitos anos, logo após a industrialização e a criação de muitos postos de trabalho voltados para a linha de produção, essa capacidade não parecia ser tão valorizada.
Para termos uma ideia, a flexibilidade cognitiva nem aparece na lista de 2015 do Fórum Econômico Mundial.


As pessoas passavam longos anos fazendo a mesma coisa, no mesmo ambiente, com o mesmo cargo. Moravam na mesma casa, faziam o mesmo trajeto, com as mesmas pessoas e os mesmos meios de transporte. A necessidade de mudança era mínima, e na verdade pouco valorizada. As pessoas queriam mesmo estabilidade.
Nas décadas de 70/80 e até 90 os concursos públicos dominavam o sonho de grande parte da população. Ser servidor público era status para a sociedade da época, devido à garantia da estabilidade.
Certamente você conhece alguém, que trabalhou durante a vida toda, no mesmo lugar.


Mas o mundo foi mudando, muitas inovações foram acontecendo com rupturas definitivas, que alteraram a forma como lidamos com várias coisas.
Mas isso é normal! A natureza muda e se adapta, os animais se adaptam, o deserto do Saara, por exemplo, já abrigou densas florestas tropicais.
Devido as necessidades impostas pelo ambiente em que estamos inseridos, nossa necessidade de mudar e se adaptar se torna imperativa.


De acordo com o Manual de Neurociência comportamental (2016), flexibilidade cognitiva se trata da habilidade de adaptar o comportamento em resposta às mudanças no ambiente. É a maneira que nosso cérebro tem de transitar de um lugar para outro.
Para Carol Dweck, neurocientista de Stanford(universidade dos EUA, conhecida mundialmente por suas pesquisas nesta área) e autora do livro “Mindset. A nova psicologia do sucesso” existem dois tipos de pessoas quando falamos em flexibilidade cognitiva:


a) Pessoas com MINDSET FIXO: elas acreditam que suas características boas ou ruins são imutáveis.
b) Pessoas com MINDSET DE CRESCIMENTO: entendem que habilidades podem ser desenvolvidas através do aprendizado.


Percebam que isso não é uma sentença, onde nascemos assim definidos para sermos um ou outro. Nos tornarmos assim, à medida que vamos construindo crenças de acordo com nossas experiências ou como nos foi ensinado.
Por isso, é comum vermos pessoas que não aceitam, por exemplo, uma critica. Estão tão seguras e convencidas de que estão fazendo a coisa certa, que não param para ouvir um feedback. Mudar então? Nem pensar!!!
Já ouviram falar da síndrome de Gabriela: “eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim”(inspirada na música de Dorival Caymmi). Ou eu sempre fiz assim, não é agora que eu vou mudar.
Ou pessoas que conhecem muito, de uma única coisa. Incapazes de navegarem por outras áreas de conhecimento. E isso é fruto do ambiente, pois durante muitos a figura do especialista foi muito valorizada.


Claro que ser flexível não é ser um profissional pato. Você conhece? Pois bem: o pato não faz nada bem. Ele não nada bem, não corre bem e não anda bem. Ficou no meio do caminho.
Ser flexível cognitivamente e abrir seu cérebro para novos aprendizados. Mesmo que vc seja especialista em algo. Isso não te impede que conhecer coisas de outras áreas. Quanto mais conhecimento e experiências diferentes tivermos, mais geramos combinações nervosas novas e mais ativo e rico fica nosso cérebro.
Já ouvimos muitas pessoas dizerem, a isso não é pra mim, sou de humanas, ou sou de exatas. Criamos rótulos que nos limitam e nos jogam na zona de conforto. Tendemos a inercia, na tentativa de manter energia e não gostamos de encarar o esforço que é aprender coisas novas.
Mas é isso que vai moldar nossa plasticidade cerebral e fazer o nosso código mental construtivo.
As experiências hoje são mais plurais. Vivemos em ambientes físicos ou virtuais que são mais diversos.
Temos acesso a qualquer tipo de informação. Para acelerar o processo de tornar-se flexível, é preciso usar esse mar de informações, transformando em experiência e por consequência, em conhecimento.


A 4ª revolução industrial, ou Industria 4.0 “transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes”, diz Schwab no livro A Quarta Revolução Industrial(2016).
A tendência é que novos empregos serão criados, atendendo a demanda do novo mercado, enquanto antigos postos, aqueles mais operacionais, serão eliminados.
Outro ponto importante é que não só os tipos de emprego mudarão , e na verdade, já estão mudando, mas também as formas de trabalho. Empresas ficarão cada vez mais horizontais, ou seja, sem aquela linha sucessória e hierárquica que ainda estão presentes nos organogramas das empresas.
A alteração de função dentro da mesma companhia, já é uma realidade para algumas empresas, principalmente as start ups, e empresas de tecnologias, onde o movimento do colaborador dentro da organização é horizontal. É possível realizar diferentes tarefas, em diferentes áreas.

Toda essa mudança de mindset será um grande diferencial para o profissional no novo mercado de trabalho. Momento de crise e de mudanças serão mais rotineiros. O profissional adaptado à esta realidade, pronto mentalmente e com recursos capazes de se mover dentro da empresa será fundamental para as organizações.
Importante entendermos que ser mais flexível ou adaptável tem que abranger sua vida profissional e pessoal. Treinar a flexibilidade é um trabalho constante.
Imagine um ginasta. Tanta flexibilidade só é possível porque eles treinam muito, muitas horas e muitos anos. Por isso, que a flexibilidade mental também precisa ser treinada constantemente, dentro e fora do trabalho.

Mas, como fazer isso?
1º) Seja curioso: aprenda coisas novas.
2º) Estude coisas fora da sua zona de conforto. Amplie seus interesses.
3º) Conviva com pessoas diferentes. Com opiniões distintas às suas.
4º) Faça de forma diferente coisas que normalmente você já faz.
Amplie suas possibilidades, o novo mundo irá te receber de braços abertos!