SQWIRE
CARREGANDO...
Uma experiência de home office

Uma experiência de home office

Nada mais atual do que falar de home office. Vários artigos, matérias, posts, cursos e pesquisas sobre o assunto.

Mais recente, são os dados de que várias empresas, mesmo após a pandemia, irão manter o home office para seus colaboradores. Muito provavelmente no modelo híbrido. Empresas como Facebook e Twitter já declararam que o home office poderá se manter como modelo permanente, mesmo depois da pandemia.

Mas disso todos já sabemos, essas informações estão disponíveis em todas as mídias sociais.

Quero aqui, compartilhar a minha experiência sobre o assunto.

Faço home office desde 2008, quando assumi o cargo de Analista de Rh em uma consultoria, que ficava em outra cidade. Tinha um quarto separado na minha casa e um ambiente próprio para meu trabalho. Tinha disciplina de horário e minha filha, pequena na época, respeitava meu espaço. Entrava no quarto somente quando eu permitia, mas muitas vezes, sentou-se ao meu lado para fazer seus deveres escolares. Mas eu não me arrumava, não colocava roupa de trabalho, passava batom e calçava sapatos para trabalhar. Ficava confortável, usufruindo do benefício de estar em casa e não precisar fazer essas coisas. Mas vejam bem, aquilo para mim, era benefício!

Isso não é verdade para todas as pessoas. E eu vivi isso de perto. Mais tarde, montei uma equipe, todas em home office. Estávamos separadas até mesmo por cidades, mas funcionávamos muito bem. Trabalhamos muito, mas cada uma com seu “estilo” home office.

Uma das colaboradoras, fazia exatamente diferente. Ela colocava salto, passava batom, se arrumava e saia do seu quarto pronta para o trabalho. Abria a porta do quarto, como se fosse a porta do escritório.

Para ela, era impossível render se essas atividades não fossem feitas. O gatilho para começar o trabalho era estar pronta, física e mentalmente para o job. Ela precisa virar essa chave mental.

Ou seja, cada pessoa tem uma forma para lidar com este modelo. Não há regra. Assim, como não há regra em gostar deste modelo.

Tenho visto uma cobrança muito grande, quase uma obrigação, para que todos tenham que gostar do home office. Ouvimos coisas como: “ah mas trabalhar em casa é ótimo”; “você está livre do trânsito”; “pode comer melhor e acompanhar seus filhos”. Mas e se isso não for benefício para você? Se você gostar de sair de casa, de ver gente, de ir e vir, de interagir diretamente com as pessoas, ou até mesmo, se sua casa não tiver estrutura suficiente para suportar seu home office? Criança chorando, internet ruim, ambiente pouco preparado para seu trabalho.

São muitas variáveis.

Gostar ou não de fazer home office vai depender muito das suas características comportamentais e das suas necessidades. Não tem certo e nem errado.

Outro ponto é que a explosão do home office, que já era uma tendência, e foi alçada a realidade, não é a experiência real do home office. Fomos “obrigados” a ficar em casa para tudo, não só para trabalhar. Não é uma opção, é uma imposição.

Muitas pessoas podem não se adaptar ao modelo, porque estão vivendo uma falsa experiência de home office.

Estar em home office e não poder sair de casa para outras atividades, confunde o nosso cérebro. Como nosso sentimento é de aprisionamento, estendemos essa sensação desconfortável para o trabalho.

Eu vivo o home office até hoje. Não pela obrigação da pandemia, mas por opção. Vejo benefício nele. E continuo trabalhando sem passar batom e calçar sapatos de salto. Minha antiga colaboradora, que agora é amiga, também continua em home office. Agora com uma missão muito mais nobre, ser mãe da Lala, mas o ritual do começo do dia não mudou. Ela acorda cedo, se arruma e só então, começa sua jornada!!

Espero que cada um possa se adaptar, ao seu modo, a esta experiência, e tirar dela o melhor aprendizado para sua vida pós-pandemia.